quinta-feira, agosto 2

Viagem ao Centro das Américas 16

Jantar em casa dos Espinosa

da esquerda para a direita: Monica, Kelly, Eddy, Ricky, Arturo, Tonino, Nelly, Kristin, eu.

A noite foi feita de sorrisos e gargalhadas, de rostos redondos e olhos brilhantes, foi feita de histórias e anedotas. Houve carne grelhada na brasa e vinho tinto, pupusas e frijoles e bolos de cenoura. Tonino, o pai, o chefe de família, recebeu-nos com palavras que mais pareciam abraços. Nelly, a anfitria, quando falava quase sempre ria. Depois ainda Arturo, o filho mais velho, bonacheirao como o pai, Ricky, "el sufrido", e Eddy, o filho mais novo, com a sua colecçao de borboletas e insectos, um verdadeiro guia da fauna da regiao. Tonina sonha ir um dia a Acapulco; Nelly, se os seus sonhos pudessem ser realidade iria até ao Canadá. Viajavam. Tem uma certa inveja de mim porque, dizem, posso trabalhar para ganhar dinheiro tal como eles, mas tenho pelo menos o tempo para o disfrutar. Talvez nao reflictam na felicidade imediata que está ali mesmo, ao alcance dos seus gestos e das suas palavras, do calor que advém da sua simples existência, uma felicidade que possuem. É a velha história da oposiçao entre o mundo desenvolvido e materialista e o mundo por desenvolver e mais assente na importância da comunidade, a velha história do viajante fascinado com a maneira mais simples de ser dos que o recebem. Procuro nao criar ilusoes. Todo o espaço à minha volta sugere que estou no seio de uma família humilde, que toda a abundância servida à mesa é precisamente porque nos recebem. A vida dos Espinosa nao deve ser fácil, mas a alegria que exibem nao é artificial. As histórias de Tonino, as gargalhadas de Nelly. A noite passa depressa, nao consigo parar de sorrir.

Para A. Lima

2 comentários:

carla duarte disse...

e apetece dizer: beijinhos para todos!!!
carla

Tino_de_Rans disse...

Se me quiseres trazer uma recordação daí, traz-me a Nelly :)