Portugal? Figo! Ronaldo! É inevitável. Podemos ter Saramago e Pessoa, Sintra, Algarve e praias a perder de vista, Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral, Nossa Senhora de Fátima, Amália e aquedutos e vinhos. Podemos até ter sido um dos tres países mais importantes na história de todo o continente americano. É um facto, ninguém fez mais por nós que os rapazes do pontapé na bola. Figo e Ronaldo sao o expoente máximo, mas nao é raro a gente de maior idade ou memória mais apurada mencionar Eusébio e até, pasme-se, Paulo Futre. Depois há ainda Mourinho, talvez o único que nao é recordado da forma mais positiva.
Os tres grandes do futebol nacional também sao por demasiado conhecidos. Nao foi preciso esperar por mails ou sms. Domingo passado, menos de 24 horas depois do apito final do árbitro em Leiria, lá estava a notícia no El Diario de Hoy, principal jornal de El Salvador: o Sporting havia vencido o FC Porto na Supertaca Candido de Oliveira, golo de Izmailov aos 75'. Assim mesmo, o nome completo da competicao, o autor do tento vitorioso e os minutos exactos em que se concretizou a gloriosa vitória, tudo acompanhado com a fotografia dos rapazes de verde e branco comemorando efusivamente.
Mais comum ainda, transversal a todos quantos me perguntam de onde venho, sao os feitos de Scolari e companhia. O Europeu de 2004, mas sobretudo o Mundial de 2006. E nao é só uma questao de termos ido longe nessas competicoes, é uma questao de termos sido melhores até que os campeoes (tal como nós, há quem ainda esteja espantado por termos perdido com a Grécia). Ou seja, Portugal é lembrado por jogadores e equipas que jogam bem e bonito, que agradam e deleitam que os ve jogar. Logo, acaba por gerar sorrisos, é uma "onda positiva", por assim dizer.
Assim sendo, dobrem a língua os patrícios e paisanos que gostam de falar mal da arte (sim, arte) de bem manejar o esférico, os "pseudo" intelectuais que gostam de falar em alienacao colectiva e patriotismos próprios de bárbaros. Pois, sao 22 homens em calcoes a correr atrás de uma bola, mas desses 22, 11 sao nossos embaixadores maiores. Sem eles, talvez fosse o esquecimento ou a indiferenca, mas sobretudo talvez nao víssemos os sorrisos que imediatamente se abrem quando respondem á interrogacao "Portugal? Muy bién. Te gusta el fútbol?"
Para o Carlos S.
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