segunda-feira, agosto 4

Diários do Médio Oriente 6

Explicação
Terão os mais perspicazes reparado na ausência de título para esta viagem nos primeiros "posts" aqui colocados. Outros talvez tenham notado que antes de começar coloquei um mapa de Israel e agora chamo a esta aventura "Diários da Eurásıa" o que leva à questão de saber porque não lhe chamo "Diários do Médio Oriente" ou coisa que o valha. Bem, a explicação está mais ou menos à vista: a rota, aında que nunca demasiado fixa, foi alterada. A verdade é que desde o início mantive sempre a incerteza a respeito de passar a fronteira para o Médıo Oriente. A primeira razão era a dificuldade em conseguir o visto para entrar na Síria, a segunda a dificuldade em passar da Síria para Israel, a terceira o facto de ser obrigado a sair de Israel por mar, dado que não se pode entrar outra vez na Síria com um carimbo de Israel no passaporte. Coisas dos conhecidos conflitos que grassam pela região onde supostamente Moisés, Jesus e Maomé pregaram o amor ao próximo...
Ao chegar a Istambul procurei informação sobre o assunto e descobri mais coisas "interessantes": não existe, no momento e que se saiba, servıço de "ferry" entre Israel e Chipre (a minha alternativa para voltar para a Turquia sem ser de avião). Ao que parece, poderão existir cruzeiros entre Haifa e Limassol, mas isso está definitivamente fora do meu orçamento. Mais, mesmo que conseguisse atravessar para Chipre, outro problema se levanta: passar a fronteira do lado sul para o lado norte, ou seja passar de Chipre propriamente dito para a República Turca do Norte do Chipre, dado que esta é mais uma questão "quente" por estes lados. Claro que poderia contornar todas estas questões apanhando aviões, mas isso está fora de causa por razões mais ou menos óbvias.
Assim sendo, viro-me para Oriente e para a continuação da fronteira entre a Europa e a Ásia. Continuo a estar obrigado a sair da Turquia daqui a 15 dias, dada que o meu visto prevê uma estadia com essa duração com "multıple entry", o que me obrıga a sair e a voltar a entrar. Assim, e não sem alguma surpresa, vejo-me agora na emergêncıa de seguir em direcção à Geórgıa e à Arménia, dado que é também ımpossível conseguir visto para o Irão e a outra fronteira terrestre da Turquia para Oriente é esse lugar vagamente famoso chamado Iraque, uma fronteira que, digamos, comporta também alguns "inconvenientes".
Em conclusão lembro que, curiosamente, o mesmo se passou na "Viagem ao Centro das Américas", em que, por problemas no visto, fui obrigado a sair para o Belize. Então, foi sem dúvida um dos momentos mais altos dessa viagem. Vejamos agora que surpresas me reserva mais este imprevisto. Para já, a viagem segue por terras otomanas.
Nota: este "post" perde significância perante os acontecimentos apresentados em Diários do Médio Oriente 17

1 comentário:

Anónimo disse...

Desenhas na alma o mapa do improviso. Estás sempre de partida para algum sítio e viajas incógnito no silêncio entre todos.
;-))