Quando se regressa deve-se regressar por inteiro. Tal como quando se parte. Não deixar nada para trás, nada que para trás ficando corra o risco de nos acompanhar até aos destinos para onde caminhamos. Por causa do excesso de peso, porque a bagagem que podemos na vida carregar tem um limite e não podemos dar-nos ao luxo de trazer o que não nos faz falta. Nova Deli, Cachemira, Himalaias, Varanasi, Taj Mahal, tudo para trás ficou e todavia tudo permanece. Em Agosto do ano dois mil e seis entrou-se-me um país pelo corpo adentro, uma terra de confusões e multidões, uma terra de silêncios e de cores às centenas, uma terra sem lugar algum feita de muitos lugares. A Índia. É Setembro, é cedo, é a madrugada dos sonhos que se viram feitos em cheiros e sabores e dentro das minhas mãos. Aguardo. O regresso tarda, mas não assusta que tarde. Há-de vir por inteiro e consigo trazer o que não ficou para trás, o que é essencial e em mim permanece.
1 comentário:
Bem vindo!
...o regresso tarda ou já cá estás, meio adormecido?...
beijinhos carla duarte
Enviar um comentário