terça-feira, maio 12

Diários de uma moeda ao ar 4


De Salamanca, parto para Madrid. Madrid porque saudades de um tempo feito de noites infindáveis. A meio caminho, é tempo de conhecer paragens famosas, mas onde nunca estive. O El Escorial é um ponto obrigatório na estrada entre Salamanca e a capital de Espanha. Mais que o monumento, é o olhar no horizonte que me prende a imaginação. Por entre as árvores que se alongam na planície, podiam estar Quixote e Sancho, os dois discutindo a lealdade que não se mede pela força, a verdade que se encontra em cada um independente do giganteza do mundo. Quixote e Sancho a pé por entre as árvores, pisando a terra, duas personagens que desejaria pessoas de verdade, homens que me fizessem sorrir como velhos conhecidos aproximando-se no jeito de sempre. O olhar deambula e então Madrid outra vez. Ao fundo do céu, ergue-se o destino, a cidade anunciando-se em arranha-céus que fazem lembrar uma América qualquer perdida no meio dos séculos que não são seus. É para lá que sigo, comigo o Quixote que sempre me traz por dentro.


1 comentário:

Brunorix disse...

... e o António que é Lisboa, não merecia passaar por aqui?!

Se o vires, manda um abraço da minha parte.