Então essas viagens? E o mundo, como vai esse mundo largo imenso infinito? A resposta é simples: não vai. Quer dizer, vai. Não sou assim tão egocêntrico. Passa-se apenas que há um tempo para tudo, já lá diz a sabedoria popular urbana. E então agora vai sendo tempo de ficar em casa. Mas não sem sonhos, nem espreitadelas a horizontes fotográficos, quanto mais não seja nas revistas. Depois há as escapadinhas, o “vá para fora cá dentro” que sempre ajuda a matar o bicho, por assim dizer. Há o Alentejo. E o Alentejo é daquelas coisas: enquanto houver nada pode correr assim tão mal. Em suma, não há razão para desesperar, é aguardar que passe o Inverno e esta lengalenga toda do trabalho e da universidade e o diabo a sete. O mundo, parece-me, continua aí por descobrir.
Mas então, dizem-me, isso não é razão para não se manter um blog. Um blog não é só um apontamento de reportagem mais ou menos turístico, é antes assim uma espécie de tubo de escape moderno para as intelectualizações egocêntricas. E isso é coisa que nunca falta, mesmo que um tipo opte por ficar em casa. Tem razão quem o diz. Têm razão os meus leitores, todos os cinco (a minha avó não conta). Assim, resolvi-me dado a regressos, mais a mais com esta coisa da rentrée e tudo. Pareceu-me apropriado. Tirei o pó às teclas e voltei a escrever na blogoesfera. Podem pois virar-se para o outro lado e resmungar mais um bocadinho.
1 comentário:
Olá, Pedro Barros. Eu não me virei para o lado, nem resmunguei. Pelo contrário, explorei um pouco do seu blog e senti-me agradado pelo que li. Acime de tudo, senti-me viajado! Agradeço-lhe pelas reflexões e pelas fotografias, que são bonitas e elucidativas. Quando houver oportunidade, voltarei a ler atentamente mais alguns dos seus posts. E deixo-o, desde já, à vontade para me dizer também alguma coisa. L.
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