sexta-feira, setembro 1

19 parágrafos para afixar atrás da porta.
32 linhas para ler.
412 palavras para sentir.
1953 caracteres para levar aonde quer que se vá.

Sente que respiras.
O espaço ao teu redor é simultaneamente uma extensão e uma redução de ti mesmo.
És um indivíduo, mas apenas uma ínfima parte de um todo e, por isso mesmo, individual.
Escreve todos os dias a frase: Presta atenção.
Diz todos os dias a frase: Mantém-te consciente.
Repete silenciosamente todos os dias a frase: Eu estou aqui agora.
Lembra todos os dias a frase: A viagem da mente ao coração tem a distância de um gesto.
Estás a caminho de ti mesmo. Não avanças, recuas. Ai de ti se avanças sem saber que recuas.
Pára as vezes que forem necessárias quando forem necessárias. Nada se pode sobrepor à tua paz.
Todas as tuas emoções geram energia. Algumas, como a raiva e o amor, geram uma energia imensa e difícil de controlar. Porém, aprende a reconhecer essas emoções. Aceita-as e controla-as, vivendo-as. Estás assim mais perto de usar sabiamente toda essa energia em ti gerada.
Aceita. O que é, simplesmente é.
Vive para os outros, não em função dos outros. Quando estiveres presente, abre o coração. Tem o cuidado de estares muitas vezes presente apenas para ti próprio. Para que não esqueças e sintas o teu próprio coração.
Reconhece a primeira instância do teu entendimento. Confia na tua primeira consideração. Reconhece que nove vezes em dez o que se segue e contraria o teu primeiro entendimento é o trabalho ininterrupto e tantas vezes desnecessário da tua mente.
Vive os teus rituais. Cria-os e recria-os, mas nunca faças com que deixem de ser rituais.
Procura, sente, vive em comunhão com os outros. Pouco ou nada poderás fazer que alguma vez os transforme em outra coisa além daquilo que são. Quando são os outros que contigo não vivem em comunhão, aceita e escolhe ou não virar as costas, para que não jogues com eles o mesmo jogo.
O mundo é feito exclusivamente de factos. Os factos, só por o serem, já são impossíveis de alterar. Podes criar ou descobrir novos factos, mas o resto são apenas visões, interpretações e julgamentos. Atenta e aceita que, apesar de não comportarem em si nenhum facto, todos esses actos de ver, interpretar ou julgar são igualmente factos.
Duvida. Sempre. A começar por ti mesmo. A dúvida pode constituir um enorme passo para a humildade.
Duvida. Nada sabes a não ser o que em ti reside, mas ainda assim há muito que permanece por descobrir.
Mantém-te presente. Por inteiro. Um ser no meio de um só todo.

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